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O que se sabe até agora sobre manifestações na pele e a COVID-19

Estudos desenvolvidos pelas mais respeitadas instituições de dermatologia no mundo
ajudam a entender um pouco mais sobre as consequências da doença

Uma série de casos em todo o mundo identificou uma gama de potenciais sinais
dermatológicos da COVID-19. As manifestações na pele podem surgir como sintoma da
doença ou meses depois do quadro agudo. “Não está clara a associação de certas
manifestações cutâneas com a gravidade da doença. Além disso, não se pode excluir que em
alguns pacientes os achados cutâneos observados podem representar reações cutâneas aos
numerosos tratamentos usados para COVID-19″, explica a dermatologista Valéria Campos,
que tem estudado o tema e acompanhado a divulgação de pesquisas relacionando doenças
na pele ao Coronavírus.

O Registro COVID-19, da Academia Americana de Dermatologia em colaboração com a Liga
Internacional da Sociedades Dermatológicas, está tentando comparar os casos e definir
melhor as manifestações cutâneas da COVID-19. Um estudo com 171 pacientes infectados
que tiveram manifestações cutâneas apontou vários tipos de lesões, sendo a mais comum, a
erupção cutânea morbiliforme que apresenta, como característica, manchas vermelhas na
pele.

Outros estudos sobre Covid e pele
Um outro estudo recente feita por pesquisadores do King’s College, de Londres, com base em
informações coletadas de quase 350 mil pessoas, mostrou que 17% das pessoas que testaram
positivo tiveram erupções na pele como as primeiras de várias manifestações, e 21% das
pessoas disseram que esses sinais dermatológicos foram os únicos sinais clínicos da covid-19.

Esses números estão de acordo com um estudo mais antigo: logo no início da pandemia. Já
em março de 2020, profissionais de saúde de um hospital na região italiana da Lombardia,

duramente atingida na primeira onda da doença logo após o surgimento na China,
identificaram lesões na pele em 20% dos pacientes atendidos no local. Um outro dado
interessante do estudo inglês é um maior número de lesões dermatológicas nas crianças
atingidas pelo Covid quando comparadas aos adultos. “Esses dados são um importante sinal
de alerta, uma lesão de pele pode ser uma pista sobre a doença”, explica.

Queda de cabelo e Covid
A queda capilar surge como uma outra sequela importantes entre pessoas infectadas pelo
novo Coronavírus. Segundo a dermatologista, a queda de cabelo entre pacientes de Covid-19
é compatível clinicamente com o eflúvio telógeno, caracterizado pela perda de cabelo por
causa de um estressor, ou seja, causa muito ligada a uma doença e ao emocional do paciente.
“Ao invés de termos os habituais 100-120 fios caindo diariamente, temos 200-300 fios ou até
mais, dependendo do paciente e da causa do eflúvio”, explica. O eflúvio telógeno é uma
doença comum nos consultórios dermatológicos, mas a gravidade dos casos tem sido muito
maior, mesmo casos leves de Covid têm sido seguidos por uma queda de cabelo assustadora.

Mudança profunda na rotina pode ter acelerado o problema
A médica conta que o período entre a infecção pelo coronavírus – sendo identificado no
primeiro pico de febre – e o início da queda capilar tem sido muito mais curto comparado à
outras doenças ou a vírus que já costumavam causar o eflúvio telógeno. Em vez de surgir
entre dois ou três meses após a infecção, a queda do cabelo em casos positivos de covid tem
começado com cerca de um mês após o contágio. “Na minha opinião, essa queda capilar se
deve tanto à infecção em si, mas muito mais ao estresse causado pelo confinamento social,
incertezas, excesso de carboidratos na dieta, má qualidade do sono e privação das atividades
físicas”, afirma.

Tratamento indicado
Para a dra. Valeria Campos a fotomodulação – tratamento capilar à base de laser ou LED – é
uma das indicações para esse tipo de queda capilar intensa e excessiva. Ela tem um efeito
anti-inflamatório e provoca um aumento da circulação sanguínea na região do couro cabeludo
que dá uma parada na progressão da queda do cabelo e estimula a restauração dos fios. “Mas
há ainda o tratamento global que consiste na orientação alimentar do paciente, indicação de
exercício físico regular, técnicas de relaxamento da mente, tratamento tópico e oral com suplementação vitamínica”, finaliza.

Referências:
1 Rizzetto G, Diotallevi F, Campanati A, et al. Telogen effluvium related to post severe SarsCov-2 infection: Clinical aspects and our management experience. Dermatol Ther. 2021 2.
Kanwar AJ, Narang T. Anagen effluvium. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2013

  1. Moreno-Arrones OM, Lobato-Berezo A, Gomez-Zubiaur A, Arias-Santiago S, SacedaCorralo
    D, Bernardez-Guerra C, Grimalt R, Fernandez-Crehuet P, Ferrando J, Gil R, Hermosa-Gelbard
    A, Rodrigues-Barata R, Fernandez-Nieto D, Merlos-Navarro S, VañóGalván S. SARS-CoV-2-
    induced telogen effluvium: a multicentric study. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2021 Mar

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