Rugas faciais – também conhecidas como pés de galinha – são a maldição de muitas mulheres. Mas não por muito tempo, se depender de um novo estudo da Universidade de Medicina de Kagoshima, publicado na edição online do jornal “Clinical Anatomy”, em Julho.
A equipe de pesquisadores examinou diversos fatores relacionados ao enrugamento facial em 58 cadáveres japoneses de 20 a 90 anos, como a profundidade da ruga, a densidade da glândula e do tecido dérmicol na testa e ao redor dos olhos.
Ao analisar o estudo, a dermatologista Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e pós-graduada pela Harvard Medical School, concluiu que algumas peles enrugam de forma mais pronunciada do que outras por causa de diferenças nas glândulas sebáceas. “São glândulas miscroscópicas que ficam em baixo da pele e secretam sebo, uma substancia oleosa, que lubrifica a pele e a protege dos danos causados pela água”, esclarece a médica.
Baseado nas descobertas da pesquisa parece que as rugas na face tendem a ser mais profundas onde as glândulas sebáceas estão menos concentradas. Isso ocorre, segundo a dermatologista, majoritariamente na parte superior do rosto, como a testa e os cantos ao redor dos olhos. “Assim, quanto mais glândulas sebáceas se encontram abaixo da região da testa, mais superficiais são as rugas”, explica.
Para Valéria, a pesquisa representa um avanço no desenvolvimento do tratamento antirrugas, mas faz ressalvas. “Infelizmente, o estudo só avaliou a pele dos japoneses, mas idosos de raças diferentes apresentam rostos mais ou menos enrugados do que outros. É difícil imaginar que diferenças glandulares possam ser responsáveis por isso, então não sabemos se tipos de pele mais claros ou mais escuros estão sujeitos às mesmas tendências”.
Por outro lado, a médica observa que as descobertas dos pesquisadores japoneses estão, no geral, alinhadas com várias outras pesquisas relacionadas às rugas e que, portanto, estão no caminho certo.
Mas a prevenção permanece o melhor meio de evitar as rugas, e isso está diretamente relacionado aos hábitos de vida. “Proteger-se do sol, não fumar, manter uma dieta saudável, realizar exercícios físicos com regularidade, ter uma boa noite de sono e controlar o estresse são hábitos que melhoram o metabolismo, ajudam a pele a receber mais sangue , nutrientes e manter uma boa elasticidade”, aconselha a médica.