Cosméticos manipulados, naturais e industriais: afinal, qual a diferença?

Os cosméticos ditos naturais, na verdade, seriam os produtos  sem qualquer conservante, o que os torna inviáveis, pois teriam validade muito curta. Já os manipulados são  elaborados em pequena escala, de preferência individualmente e apenas sob prescrição médica, nas farmácias de manipulação especializadas, enquanto os cosméticos convencionais são  industrializados e desenvolvidos em larga escala.

Como são feitas em pequena escala, as versões manipuladas podem ser mais específicas  e é possível utilizar ativos e concentrações direcionados para cada paciente. O dermatologista consegue adequar uma fórmula tanto ao tipo de pele, como ao estilo de vida e até aos custos. Portanto,  os manipulados conseguem atender com maior precisão às necessidades dos pacientes. Outra vantagem é que as versões manipuladas podem trabalhar com uma gama maior de novidades no que diz respeito aos princípios ativos. Já a indústria, devido ao investimento no desenvolvimento de um produto, prioriza ativos consagrados e que possam sobreviver no mercado por no mínimo dois ou três anos.

A principal desvantagem dos cosméticos manipulados é a validade menor em relação aos produtos industrializados. Outra desvantagem é que os produtos manipulados  dependem da capacitação de um profissional que domine a tarefa da alquimia, ou seja, combinar todos os ingredientes da fórmula sem que um possa alterar ou anular o efeito de outro.

Quanto ao custo há controvérsia, frequentemente  os cosméticos industrializados têm maior preço que os manipulados. Aí, vários motivos entram na conta. O uso de conservantes mais potentes; o cheirinho perfumado; o investimento da indústria que foi dedicado para desenvolver o produto, o valor da marca e até o design da embalagem, poré,m como a data de validade é maior, muitas vezes eles ficam mais baratos a longo prazo.

O mais importante é certificar-se da procedência, e mais uma vez o médico dermatologista tem a obrigação de orientar os pacientes na procura dos locais mais adequados. Uma dica para quem tem a pele mais sensível é utilizar o produto numa pequena área e observar após 24 horas, se tudo bem, começar a utilizar em dias alternados. Mesmo as pessoas que não tem tendência a alergia, podem se beneficiar da técnica acima descrita no uso dos ácidos noturnos, que podem causar uma pequena irritação nos primeiros dias de uso, especialmente no inverno quando a pele está mais sensível.

Na hora de comprar um cosmético, a principal dica que posso dar às pessoas é consultar um dermatologista sempre, um médico que seja preferencialmente membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O problema mais comum é a auto medicação, pois como frequentemente são vendidos sem receita médica, a chance de erro é grande, por mais que o balconista da farmácia seja simpático, ele não conhece a pele como um dermatologista, e nem sempre o produto mais caro é o melhor…Outro problema comum é  a alergia que, em alguns casos, pode ser prevenida com o uso de produtos hipoalergênicos.

Os pacientes que são muito alérgicos precisam ter ainda mais precaução e contar sempre com as indicações de um especialista, pois mesmo os produtos hipolergênicos podem causar alergia. Outro fator importante é a maneira de aplicar, o ácido noturno, por exemplo, pode causar irritação nos cantos do nariz e no queixo se aplicado em quantidade excessiva .

 

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