A dermatologista Valéria Campos fala sobre a maneira correta de aplicar o filtro solar, quais os mais indicados para cada região do corpo e como o produto é essencial para retardar os efeitos do envelhecimento
O câncer da pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, cerca de 180 mil novos casos todos os anos, um em cada quatro diagnósticos da doença, segundo um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Segundo a dermatologista Valéria Campos, “a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele”, destaca a especialista.
A pele é o maior tecido do nosso corpo e sua principal função é ser uma barreira protetora contra o meio externo. A pele promove proteção contra o calor, a luz solar, luz artificial, lesões e infecções, assim como o armazenamento de água e a produção de vitamina D. Assim como todos os órgãos, a pele passa pelo processo de envelhecimento, um geneticamente determinado e outro devido à ação natural do tempo ou pela ação de agentes agressores que aceleram de forma muito intensa esse envelhecimento, como a poluição, o tabagismo, a carência de vitaminas e, sobretudo, a radiação solar, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pele.
“A proteção solar é essencial para preservar a pele contra esses danos, já que a radiação ultravioleta é responsável por cerca de 80 a 90% das doenças de pele. Existe um conjunto de mecanismos que ajudam a superar esses danos; entre os principais, está o uso diário do protetor solar. O seu uso deve ser iniciado na infância e estimulado ao longo da vida em qualquer ocasião, e não somente durante exposição direta ao sol. O filtro solar deve ser aplicado de maneira uniforme em toda a superfície da pele, numa quantidade equivalente a cerca de uma colher de chá para face, pescoço e braços, e pouco mais de uma colher de chá para tronco, costas e membros inferiores”, aconselha a médica.
Hoje em dia já existem muitas opções de protetores solares disponíveis “com toque seco, oil free, com cor de base, em spray, à prova d’água, hipoalergênico, aerogel, mineral, serum, mousse, uma variedade infinita até mesmo a fotoproteção oral para complementar o protetor aplicado na pele. Os filtros podem ser químicos, que absorvem os raios UV, ou físicos que refletem os raios UV. É comum a associação de químicos e físicos para se obter um filtro solar de FPS mais alto”, orienta a dermatologista.
Também vale destacar o papel dos reparadores de células, que desempenham um papel importante na fotoproteção, corrigindo alterações do DNA. “Sua principal função é o armazenamento das informações do código genético. Produtos que possuem substâncias anti-oxidantes, como a vitamina C, corrigem danos celulares causados pelo sol, que não foram evitados com uso do filtro solar, complementando a capacidade de proteção e evitando o envelhecimento e o câncer de pele”, finaliza Dr.ª Valéria.