A cera quente é a modalidade mais popular de depilação no Brasil. Um dos motivos é a grande durabilidade do método. Os pelos demoram de 20 a 25 dias para voltar a crescer, pois são arrancados pela raiz. Mas isso pode fazer com que algumas pessoas pensem que a quantidade de pelos diminui ou que crescem mais fracos.
A quantidade de pelos, assim como a sua espessura, cor e tamanho, é determinada pelo DNA. “Com o passar dos anos, a tendência é que o número de pelos diminua naturalmente, e por isso quem fez anos de depilação com cera erroneamente atribui isso ao método”, afirma a dermatologista Valéria Campos, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e especialista em laser pela Harvard Medical School, dos Estados Unidos.
A alta temperatura é outro grande atrativo do procedimento, pois dilata os poros e diminui a dor da depilação. Mas é preciso tomar muito cuidado com o calor: a cera não deve ser aquecida acima de 38 graus para não causar manchas. “A consistência é um bom parâmetro para identificar se a cera está numa temperatura adequada ou não. Se estiver muito líquida, é sinal que está quente demais para entrar em contato com a pele”, aconselha Valéria.
Tomar sol logo após a depilação a cera também pode causar manchas, especialmente em quem tem pele morena. A dermatologista recomenda usar esse método de 3 a 4 dias antes da exposição solar, além de usar bastante filtro protetor e evitar desodorantes que causam ardência.
Realizar várias aplicações da cera no mesmo local para retirar os pelos que sobram é bastante comum, mas também pode causar queimaduras por atrito. “Para evitar, não faça mais do que duas aplicações no mesmo lugar”, orienta a especialista.
Além de tudo, a depilação com cera é a que mais causa alergia, em especial as que dissolvem o pelo para uso doméstico. Pessoas com rinite, bronquite e pele morena são as mais vulneráveis à alergias, como a foliculite. A inflamação surge quando bacterias entram no poro onde estava o pelo e causa bolinhas com ou sem pus que se espalham pelo corpo, além de dor e coceira. “A depilação com cera é a que mais leva à foliculite, já que a glândula sebácea próxima ao pelo entope”, explica a médica.
Outro mito perigoso acerca do método é a reutilização. Muitos salões e locais que fazem depilação costumam ferver a cera novamente após utilizar em outra cliente, mas isso não mata bactérias resistentes e pode acabar transmitindo doenças. “É muito importante escolher um profissional habilitado para realizar o procedimento e prestar atenção à higiene do local”, aconselha Valéria.